Levamos cerca de 3
horas até chegarmos perto dos navios, e mais uma hora e meia para chegarmos
a um local junto à Ilha Grande onde ancoramos perto das luzes de uma casa construída
à beira do costão de pedra. Como ancoradouro, o lugar deixava bastante a desejar.
Mas o costado alto da Ilha Grande nos protegia bem do sudoeste que tanto havia
nos castigado. Depois de ancorar, liguei para a Inês pelo celular e contei as
mudanças de plano. O Gabriel dormiu em pouquíssimos minutos. Cansado, eu também
dormi logo. Entretanto, ajustei meu relógio de pulso para tocar o alarme de
hora em hora para checar a posição do barco. Com a escuridão total da noite,
as luzes daquela casa próxima me ajudaram muito a me orientar em relação à terra.
A noite foi razoavelmente tranqüila, sem maiores incidentes, com a exceção de
uma intensa movimentação de barcos engajados em pesca profissional bem próximo
ao lugar onde estávamos. De manhã, acordei cedo, liguei o motor, levantei a
âncora e parti em direção à Ponta do Juatinga. Logo em seguida, o Gabriel acordou
e passou a me ajudar na navegação. Ligamos para Inês, e contamos as novidades.
Na travessia da baía, chegamos até a levantar as velas e contar com uma
certa ajuda do vento. Chegamos à Ponta do Juatinga por volta das dez e meia.
De lá até a Ponta Negra, enfrentamos o pior trecho de nossa viagem.