A linha pontilhada mostra o percurso percorrido até próximo à Ponta do Juatinga, até o local onde passamos a noite, e a travessia de Ilha Grande até a Ponta do Juatinga, no dia seguinte.Clique no mapa, se quiser ver maior.
Viagem
por conta própria
Por volta das sete horas da noite, o Gabriel começou a enjoar. Enfrentávamos um forte vento de proa, vindo de sul, sudoeste. A situação era a seguinte: à frente, a Ponta do Juatinga era uma incerteza e um risco muito grande. Voltar seria complicado, por causa das inúmeras ilhas que havia no caminho. A boreste, tínhamos alguns bons abrigos, mas só poderíamos encontrá-los de dia, ou então numa noite muito clara. No ponto em que estávamos, só o que víamos era uma escuridão mais negra do que a asa de uma graúna. Ficar ali, é claro, seria impossível. Tomei então a decisão de voltar, não para Bracuí, mas sim para perto de alguns navios que estavam ancorados entre a cidade de Angra dos Reis e a Ilha Grande. Com suas fortes luzes iluminando o convés, eles funcionaram como faróis seguros para nos guiar naquela noite escura.